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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

HUMOR. A carta de um telespectador


Bastou falar hoje no programa de um texto que li no "Entrementes", pra muita gente me pedir o endereço correto do blog do doutor Paulo Gurgel. Trata-se de um texto de humor, criado por alguém muito inteligente e que fala da realidade política atual.

Como sei que tem muitos curiosos por aqui, resolvi chupá-lo para a satisfação de todos, não sem antes dizer que é a carta de um telespectador pedindo um aconselhamento a apresentadora Márcia Goldsmith.
Conto ou não conto?
Prezada Márcia Goldschmidt,

Recorro a você para pedir conselho num dilema muito sério. Eu tenho uma namorada que amo intensamente e quero casar com ela. O problema tem a ver com a minha família: eu tenho receio que a minha namorada não se identifique com ela e que isso gere conflitos em nosso relacionamento.

Papai é chefe de tráfico e tem uma atuação muito forte aqui no Rio. Ele conheceu a minha mãe numa casa de tolerância e conseguiu tirá-la dessa vida. Hoje, ela tem a sua própria zona com mais de duzentas mulheres e homens, e não precisa mais exercer esse trabalho pessoalmente. Só de vez em quando para se manter sempre por dentro das tendências do mercado.

Tenho três irmãos e duas irmãs que eu conheço pessoalmente. O mais velho é deputado federal. O segundo tinha problemas, mas mudou muito de vida depois que cumpriu a pena por sequestro e estupro e hoje é bispo da Igreja Universal da Glória de Jesus. Já ressuscitou mais de quatorze mortos e curou mais de três mil aidéticos e vive bem, com a graça de Deus, com as suas quatro esposas em Jurerê Internacional. Meu terceiro irmão abandonou a milícia que comandava no Complexo do Alemão, se arrependeu dos presuntos que tem no currículo, saiu do armário há uns oito meses. Hoje, é travesti e trabalha na rua do Jóquei em São Paulo, mas ele faz só ativo. Apesar de ter virado a casaca e largado o Mengão pra virar corintiano por causa do Ronaldo, ele é um menino bom e não causa preocupação na família. A gente vê que ele está bem encaminhado.

A minha irmã mais velha casou com o avô da ex-namorada dela, que está em estado vegetativo por causa de um derrame que ele teve quando o bicho pegou na época do mensalão. Ela abriu sua própria empresa em parceria com um sindicato, um despachante e um cartório, e hoje vende autopeças procedentes de veículos desaparecidos de outros Estados. E a minha irmã caçula trabalha de dia como atriz nas Brasileirinhas e de noite ajuda a mamãe, só que ainda na fase do atendimento direto ao cliente, para poder pegar o know-how do negócio a partir da base.

Bom, Márcia, a minha pergunta é a seguinte: você acha que eu devo revelar de uma vez ou ir revelando, pouco a pouco, para minha namorada que eu tenho um irmão deputado?

domingo, 27 de julho de 2008

Por que as aberturas de novelas são antigas

* Alguém me perguntou por que a maioria dos temas de abertura das novelas recentes da Globo são composições quase sempre antigas. Isso se deve a uma briga entre a emissora e o ECAD-Escritório Central de Arrecadação e Distribuição.

* Quem contou toda essa história foi o Pedro Alexandre Sanches, no artigo De quem é a música da Carta Capital.

* Segundo ele, o compositor Tim Rescala abriu processo contra a instituição, que centraliza o recolhimento de direitos autorais de 260 mil associados. O ECAD contraatacou. Viu que a Globo é quem estaria por trás de tudo.

* "Rescala, além de ter usado O Globo como veículo de protesto, trabalha para a tevê do grupo desde 1989. Prestador de serviços terceirizado à Globo, é autor de temas incidentais usados em programas como 'Zorra Total', 'A Escolinha do Professor Raimundo' e 'Hoje É Dia de Maria'."

* Para ter autorização de usar as músicas do ECAD, a Globo (bem como as demais emissoras), tem de pagar taxa mensal - de 2,5% de todo o faturamento da Globo (o que equivaleria, até um mês atrás, a cerca de 16 milhões de reais mensais, 192 milhões por ano). A rede contesta esse valor e deposita, em juízo, 4,1 milhões de reais mensais.

* A reportagem, porém, diz que não é só briga pessoal de Rescala. Roberto Ferigato, autor de trilhas de esporte radical e fornecedor de fundos musicais para o SBT e a Record, além de outros 24 autores, movem ação semelhante contra o Ecad.

* "A Globo alega que o Ecad está querendo ser sócio dela. Mas, se tirar a música, acabou a Rede Globo," retruca José Antonio Perdomo, que na opinião de Tim Rescala é "o Eurico Miranda do Ecad".